TALVEZ INCONSEQUENTE
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 21 de Abril de 1998.
Meu rabiscar inconsequente busca a perfeita escrita,
de palavras ainda não ditas por meros mortais,
mas todas as palavras já foram gastas
e tudo que posso fazer é reorganizar frases
enquanto escancaro meu coração,
sem temer parecer piegas.
Bem seria melhor que todos dessem as mãos à sinceridade
e falassem de amor,
sem medo em fazer disso uma bobagem.
Ó mundo bobo,
te engasgas com a tua própria baba
por viver de mentiras
ditas por teus machos e fêmeas,
que não sabem viver,
mas apenas são curtidos pela vida,
por tanto jogar...
É tão gostoso amar,
sem dar pelo ridículo,
mas que na verdade,
ridículo e doloroso é não saber amar...
Não saberia viver se não fosse o sofrer
de amores perdidos
e saber o quanto foi bom ter amado...
Amar, bem mais que dizer...
Se dá sem perceber
que paralelamente alguém carrega um pouco de ti.
Ser chamado de louco não é mal,
pra mim seria anormal fingir não sentir
e não notar que temos um coração.
Anormal é não se sentir um pequeno deus
íntimo do Maior de todos.
Não sabem os tolos o quanto perdem
aqueles que nunca sofreram por amor...
E a saudade é apenas um doce perfume suave
que esquenta e esfria os nossos dias,
na certeza de que um dia seremos alimento para os vermes.
Então vamos amigos,
vamos colher estes botões de rosas,
pois amanhã murcharão e não mais terá graça,
pois do caixão não iremos a parte alguma.
Vamos sonhar em vida,
vamos beber as paixões e arrotar poesia
na cara de quem quiser duvidar
desta dor gostosa que é amar,
mas que é algo preciso
pra se resolver esta grande e confusa questão
que é a vida,
em que o amor é a resposta...