SONHO DE UM BUSHI
De: Henrique Musashi Ribeiro
No meio de minhas brumas
Saia um som de estalar de cascos
Que vinham em minha direção
Rasgando o silêncio
De minha madrugada fria
Banhada apenas com um luar tão cheio
Enquanto eu sentado no batente de minha casa
À luz de um lampião
Que tinha por companheiro e ouvinte.
Então ao longe vi um coche emergir
Da neblina entre o ‘torii’
Puxado por quatro cavalos brancos
Imponentes com suas crinas longas
De uma brancura reluzente e cascos brilhantes
Como o bronze bem polido
Que vinham marchando lento e elegante
Até que pararam a minha porta.
O cocheiro desceu,
Tão mais bem trajado que eu,
Abriu a porta do coche
E tu desceste suave e deslumbrante
Apoiada na mão do cocheiro
Com o teu vestido pesado,
Mas estavas tão linda
Que eu quis ser eu o teu serviçal,
Pois assim teria o perfeito pretexto
De segurar a tuas mãos tão delicadas.
O vento soprava frio, não muito forte
Nesta madrugada,
Em que as folhas caiam vermelhas e amarelas
Nas cores de minha estação
Enquanto o teu cheiro flutuava no sereno
E os cavalos pareciam perceber
O meu recatado desespero e ansiedade
Por conta de um possível depois
Que passou em uma certa safada fagulha
De meus pensamentos.
Olhei em teus olhos,
Depois de me curvar em gentileza,
Segurei com força o meu obi
onde repolsava minha katana,
E pensei profundamente no que vi:
Ela é tão alva e doce
Eu tão um meio cinolusitano.
Ela tão suave
Eu tão confuso e despenteado...
O que fazer agora?
Beijo as mãos desta flor?
Ou olho faminto e insolente
Cada detalhe abundante de sua pessoa?
Tuas mãos,
Teus ombros meio nus,
Teu busto em um generoso decote
Tua boca pequena
Que aguçam o meu desejo
De te ouvir me convidar baixinho
Ao pé de meus ouvidos... sussurros!
Teus olhos parcos
Que conseguem atravessar a dura aparência
Até chegar a minha alma
E assim explorar cada parte de ti - docemente.
Meu coração batia mais rápido
A proporção suave
Em que vinhas te aproximando.
E o sorriso que era tão meu,
Não raiou em meu rosto,
Apenas tenso olhei cada palmo de ti,
Até que ficaste tão perto
Que tua face era tudo o que eu podia ver
Ao ponto de me ver refletido em teus olhos
E sentir a calor de tua expiração tão insinuante.
Colocaste minhas mãos
Em teus quadris macios,
E deitaste tuas mãos
Sobre meus ombros.
De maneira tão audaciosa,
Massageaste o meu ego e meus trapézios.
Passeaste na fraqueza
Entre minha nuca e orelhas
E me disseste baixinho,
Quase como um sussurro de uma gostosa dor:
- Beija-me devagar...
Por favor, me beija!
Com todos os beijos de tua boca!
Na verdade,
Tu sabias que era um sonho,
O meu sonho,
Mas o melhor de tudo,
É que nele tu pediste
Para que eu não acordasse,
Pois neste plano real,
Eu não poderia, logo, ser contigo,
Mas apenas como hoje,
On-line
Terei que me contentar
Com teu sorriso
Enquanto compartilhamos do que escrevo ,
De minha virtual companhia,
Da vomatade de estar ao teu lado...
Agarro-me a uma esperança
De que tu venhas notar
O quão sou para ti
nem que seja por um casualidade
O quão somos desejosos do mesmo fim
O quão te gostaria por minha leide,
Mesmo sendo eu apenas um “bushi”,
O teu “bushi”
Que até bem pouco era eu um Kōhai insolente .
Quero levar-te comigo em meu cavalo,
Mas quero levar-te de verdade,
Não por complemento destas linhas,
Mas por te querer por perto
Nestes meus dias de sol e de chuva
Sem o fantasma do adeus,
Pois desde que o reflexo de teus cabelos
Passaram diante de minha vida,
Os meus olhos pedem bis
E querem-te ver passando sempre.
E oro para que numa destas passagens
Os teus doces olhos vejam os meus
E tu ouças o que cantam
Os meus sinceros tristes olhos
À procura dos teus
Que escravizaram o meu paladar
Com tua jovialidade tão comum.
Mas se é tão comum esta tua juventude,
Como fazes meu olhar dizer?
"Vem e fica um pouco mais..."
Então não é tão comum
Assim como disserto.
Na verdade,
Comum é o meu dissertar,
Mas se tu o ouvisses
E ficasses um pouco mais,
Eu iria mais além de olhares...
E por certo provaria do néctar
De suaves carícias de lábios
Que se procuram enquanto confessam
À avidez do primeiro encontro
E por certo não mais seria igual
Os meus dias de tristes flores,
Nem tão pouco seria tão comum
O meu próximo dissertar,
Pois teria os teus cabelos para enfeitar
E completar a serenidade
Dos botões de rosas que te aguardam.
As minhas amigas abarrotam
A minha correspondência
Tão nada a ouvir,
Pois o que quero está em teu poder,
Mas que poderia indevidamente me apropriar,
Mas prefiro espontaneamente,
Que tu mesma me entregues estas chaves
E assim eu poderia beber de teus lábios
A tua música que darás por agrado a ti.
É bem verdade que,
Como todas rosas,
As minhas flores têm espinhos,
Mas os meus dias seriam
De uma única e diária conquista,
De agradar-te e prender-te a mim
Com teu consentimento feliz,
Não por ser eu um conquistador,
Ó doce mulher,
Mas por querer agraciar-te
Com minha boa, humilde
E gostosa devoção
De que tu poderias me chamar um dia
E sempre
De algo que saberias com certeza
Que eu seria somente teu.
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