Nem toda sabedoria...
Crônica do livro "Social Carrasco", por Henrique Musashi Ribeiro
Desde
os meus oito anos de idade (1982) sou praticante de algum tipo de arte marcial.
Atualmente pratico Jiu-Jitsu e MMA. Comecei pelo Karatê, com o Mestre Souza - ASKACE
(Associação de Karatê do Ceará), junto com meu pai, um primo e meu irmão mais
velho, mas sempre tive o básico da sabedoria para respeitar o meu semelhante. Nunca
apenhei na rua, mas já tive de me defender algumas vezes, mas com tempo percebi
que, geralmente, quem não tem habilidade de luta, ou de argumento, é quem mais
procura confusão.
Percebi
também que é necessária muito mais coragem para NÃO entrar em uma briga do que
para trocar socos e ofensas com pessoas inercias. Que é necessário usar bom
senso para virar as costas às ofensas e provocações do que revidar, mesmo que
venham a chama-nos de covarde, se bem que covarde é aquele, ou aquela, que
aproveita de certas vantagens, talvez por não conhecer a diferença entre
educação e medo, mas quem procura confusão um dia acaba achando, até porque nem
todos são temperantes, nem todos estão em busca do seu “Fudoshin”.
Às
vezes nem toda sabedoria do mundo pode nos ajudar quando nos metemos, nos
envolvemos emocionalmente com pessoas com tendências autodestrutivas, que se
corroem por dentro de um ódio oriundo de sua ignorância e leva a vida
confundido a felicidade com “mentiras morais” e “conforto químico” (drogas que
transformam o ser humano em uma batatinha feliz) e falsas ilusões de vitórias
obtidas através de pequenas atitude vingativas e pueris, que são capazes de
endeusar o bolso recheado, mas são incapazes de ter um orgasmo com a vida.
Tem
gente que só consegue ter aquilo que pode comprar, mas infelizmente, pra estes
indivíduos, as melhores coisas do mundo são dons gratuitos do Universo (Deus ou
como queira chamar) e mundo não gira ao redor do umbigo de ninguém.
Para
impontes juramentados não se pode dizer que gozar é algo divino, sem que seja
rotulado de perversão. Seria por isso que baniram isso da própria vida e o
único gozo que tem é quando proporcionam o “inferno moral” aqueles que odeiam
tanto? Ou seria quando usam a língua, não para um "oral", mas para
uma fofoca sacana, daquela que só fode com a imagem alheia por onde passam?
Não
sei, a verdade ficará incógnita sobre as lástimas dos frigidos impulsivos, dos
seres autodestrutivos. Na verdade isso nem me interessa, pois eu estou vivendo
e curtindo todos os brindes gratuitos da minha natureza mortal e sou grato por
isso. E continuo querendo mais que apenas “beijo na boca” e continuo querendo
todas as coisas loucas dentro dos meus parâmetros normais...
Para
uma consciência doente, basta arrumar culpados para os próprios problemas, um
conforto químico e ai tudo lhes parecerá bem. E como já disse o personagem
Coringa:
-
“Um dia o mundo será governado pelos loucos e desequilibrados, pois eles são a
maioria.”
O
fato é que em uma sociedade o “normal” é aquilo que é mais comum, entre os
demais, de forma que o ser equilibrado vai ser rotulado de muitas coisas, menos
de algo bom. Esse futuro talvez seja agora, pois o único crime, que parece ser
intolerável é o fato de você não ter grana, onde até os feios ficam lindos e os
bonitos nos parecem feios.
"O vício é como um monstro que primeiro
repudiamos, depois nos acostumamos, temos pena e logo depois estamos sentados
no colo deste."
*Fudoshin -
é um dos princípios do Budô e se refere a um estado mental que é impenetrável e
imóvel. Neste caso, “imóvel”. Fudoshin não indica um estado mental inflexível,
mas, sim, aponta para uma condição mental que não é facilmente transtornada por
pensamentos internos ou por fatores externos. “Esta mente que permanece não
agitada e calma é imperturbável, não apegada e livre... é a mente máxima do
mestre, adquirida apenas através de rigoroso treinamento, e igualmente rigorosa
investigação da mente e pelo forjar do espírito (seishin tanren, em japonês)
através da confrontação e vitória sobre nossos próprios medos e fraquezas”
Fudoshin é diretamente relacionado com outro conceito Japonês conhecido como
zanshin, ou "mente continua". – Comunidade, Nenriki Dojo - Unidade
Santana.