DIVAGAÇÕES II
De: Henrique Musashi Ribeiro, Em, 22 de Abril de 1998
Às vezes acredito
Que não fui feito para me acompanhar de um amor,
Talvez não saiba sentir
O que os amantes vêem nos olhos uns dos outros...
Penso eu,
Que esta dormência,
Seja apenas conseqüência dos açoites da "Senhora Vida".
Fico a badalar comigo sozinho
Que tudo que vivi não passou de uma grande febre.
Será, meu Pai Eterno,
que apenas delirei em meio a um calor malvadamente febril?
Será?
Apenas queimei meu filme
e incinerei distraído parte de meus planos?
“Às vezes, só às vezes”,
Como diria uma certa princesinha,
Subestimo a minha existência...
Me pergunto se o que sinto realmente existe
E se algo de bom que plantei retornará pra mim.
O que dizer então de toda esta saudade?
O que senti de bom não foi felicidade?
É verdade que não estou vendo meu amor
Bem como não estou vendo o meu coração,
Mas escuto o pulsar distante.
Estou amando em flor!
Sem sentir seu cheiro
E nem a nervura de suas pétalas orvalhadas no meu rosto,
Mesmo distante o vaso desta está guardado!
Ah! Estas horas destas minhas manhãs que não passam
E esta flor, mesmo distante,
Bem assombra minha cabeça me dizendo para buscá-la...
Bem sei que não sossegarei em felicidade
Se não for buscá-la pra mim
Neste dia sorriria para o vento,
Cataria para o tempo toda e qualquer canção.
E falaria a todos de certa flor
Que está plantada a sombra de meu coração.