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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Meu País

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M E U  P A Í S
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 22 de Janeiro de 1998.
 
Meu país,
És a minha casa bagunçada
Casa de sogra complacente
pois em ti tudo se permite
como se não pensasse em limites de absurdos
Mas já li em teu manual de moradia
que tudo isso é normal,
pois foste fruto de um erro
ou uma rota enganosa

Que os teus arquitetos
deixaram a tua planta de lado
Então começaram pelo teto
Dizem que foste bom investimento,
mas os verdadeiros donos
não ganharam se quer
o preço de uma saca de cimento
Então me diga:
Foi compra ou foi arrombamento?
Como assim descobrimento?
Mas não já tinha gente dentro?

É! Pros teus brancos
foi uma compra bem legal
E os verdadeiros herdeiros
moram espremidos agora no fundo de teu quintal
Já ouvi dizer que foste uma casa organizada
por filhos e pais desalmados
Que o preço de teu progresso
foi o sangue opinioso impresso
na tua sala de estar
E ai de quem não gostasse de ti
ou ousasse a descordar
Dizem que estes eram logo convidados
a morar em outro lugar

Ó meu Brasil,

Minha casa
Hoje posso pensar,
Tenho estudo, mas não tenho onde trabalhar
E ai como é que eu fico?
Nós somos um pais rico?
O teu hino aprendi a cantar com tanto orgulho
e com tuas cores até já pintei a minha cara
de palhaço,
Mas tudo que nos resta
é um passado de absurdos gloriosos
Que na escola a "tia" dizia
que eu deveria sempre isso ovacionar:
- Viva o tio Dom Pedro I!
- Viva o tio Pedro Alvares Cabral!
- Viva tanto "tio" e tanta "tia"
- Viva cada general
Nossas barrigas cantam
e vibram como um reco-reco
e votamos com cérebros de cuíca

Viva esta terra rica

Viva o nosso carnaval
Vamos jogar maizema na cara do povo
Enquanto o mesmo passa mal
Esta é a terra do samba,
do carnaval e futebol
Viva o povo morrendo
Viva a massa sofrendo
Olhando satisfeito feito bestas o arrebol.


Bom dia Brasil, 2 de Outubro de 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

TAL VISITA!

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TAL VISITA!
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, abril de 2001.

Quando a noite cai 
meus olhos se escondem
atrás das paredes de meu refúgio
Vem-me lembranças de um tempo bom
que talvez não volte mais...

O que fazer?

Essa é uma boa e constante pergunta!
Assombra-me tal resposta, 
pelo simples fato que outrora sabia 
ou pelo menos fingia
saber o que fazer!

- E agora?

Agora já é hora
da verdade linda, 
porém escamosa,
adentrar vida a dentro...

- Vida adentro?

Ela irá entrar em minha casa? 
Tenho que arrumar a casa  
para tal visita indulgente!  
- Não, não importa, 
pois ela não repara
 e por ela por mais que às vezes organize 
faz a sua bagunça também!