A C R E D O C E
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 01 de dezembro de 2003.
Há algum tempo atrás
fui devoto profano de tuas palavras,
escravo de cada afirmação reta ou rota
E o teu silêncio, por muito tempo,
foi o meu calvário
e em meus pensamentos o meu próprio gólgota
Onde até uma mísera palavra escrita me faria tão bem
Hoje sou devoto do silêncio
Depois de rasgado o véu negro de tua boca
As palavras, às vezes, me enojam!
A partir desta data
sou aquele que apenas olha nos olhos,
Aquele que apenas observa o que dizem as mãos
Sim, principalmente, as mãos postas aos espinhos - pós-dores!
Hoje separo em vasos diferente LIBIDO e AMOR,
pois, de fato, triste descobri
que nunca possui e nunca foi minha,
quem realmente amei
Nem nunca amado
por quem ferozmente tomei em meus braços,
pois acreditei e me fiz acreditar:
Palavras... Promessas...
E esse foi o meu maior pecado!
Não, não mentirei para ti...
Não creio no que tu me dizes,
pois os teus beijos são insípidos e esporádicos
Não sinto teu coração pulsar como em oferta a um deus,
mas sinto como se tu me desses beijos-esmolas
Sim, teus beijos me disseram mais
que tuas mãos e tua boca
Tuas mãos nada me disseram
Elas apenas revelam o que teu coração sente por mim
Não me digas nada!
Não me faça promessas,
pois não gosto de pensar em coisas...
Prefiro senti-las!
(E depois de ler estas coisas
ainda me dirás que nunca nem me prometeste nada
e se disto te orgulhas,
és o descompromisso em pessoa...
Logo será o problema de outro
que, enganado, te chamará de "meu bem".)