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segunda-feira, 1 de dezembro de 2003

A C R E D O C E

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A C R E D O C E 
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 01 de dezembro de 2003.


Há algum tempo atrás
fui devoto profano de tuas palavras,
escravo de cada afirmação reta ou rota
E o teu silêncio, por muito tempo,
foi o meu calvário
e em meus pensamentos o meu próprio gólgota
Onde até uma mísera palavra escrita me faria tão bem

Hoje sou devoto do silêncio
Depois de rasgado o véu negro de tua boca
As palavras, às vezes, me enojam!
A partir desta data
sou aquele que apenas olha nos olhos,
Aquele que apenas observa o que dizem as mãos
Sim, principalmente, as mãos postas aos espinhos - pós-dores!

Hoje separo em vasos diferente LIBIDO e AMOR,
pois, de fato, triste descobri
que nunca possui e nunca foi minha, 
quem realmente amei
Nem nunca amado 
por quem ferozmente tomei em meus braços,
pois acreditei e me fiz acreditar: 
Palavras... Promessas...
E esse foi o meu maior pecado!

Não, não mentirei para ti...
Não creio no que tu me dizes,
pois os teus beijos são insípidos e esporádicos
Não sinto teu coração pulsar como em oferta a um deus,
mas sinto como se tu me desses beijos-esmolas

Sim, teus beijos me disseram mais
que tuas mãos e tua boca
Tuas mãos nada me disseram
Elas apenas revelam o que teu coração sente por mim

Não me digas nada!
Não me faça promessas,
pois não gosto de pensar em coisas...
Prefiro senti-las!

(E depois de ler estas coisas

ainda me dirás que nunca nem me prometeste nada
e se disto te orgulhas,
és o descompromisso em pessoa...
Logo será o problema de outro
que, enganado, te chamará de "meu bem".)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

GINCANA DOS TOLOS

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GINCANA DOS TOLOS 
De: Henrique Musashi Ribeiro - Em, 28 de fevereiro de 2003. 


Vinde e vede por meus olhos 

e verás almas nuas 

a se esconderem atrás de tijolos 

de vidros quebradiços 

e transparências que lhes parecem opacas. 



Vinde e vede por meus olhos 

multidões de tolos a base de carbono 

correndo atrás de sonhos 

apertando a mão do vento 

como se lhes parecesse um Golias 

ou um deus iminente. 



Um deus papel moeda 

e olhos de pequenos círculos de metal 

com cara e coroa. 

Vede! Não é lombra... 

Lombrado já estive 

quando haviam escamas nos meus olhos 

Ignorante, pensava que tudo seria diferente, 

E como todo mundo, 

Acreditava em um Senhor no céu 

e servia a um outro 

que cai na conta corrente.

terça-feira, 25 de junho de 2002

ILUDIDO!

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ILUDIDO! 

De: C. Henrique Musashi Ribeiro - Em, 25 de junho de 2002.

Por mais que seus ouvidos o enganem
e o teus olhos se embotem,
o coração saberá a verdade cruenta,
qual não quiseste ouvir...

E quem sabe, saberás no teu intimo
a resposta às tuas dúvidas,
mas dirás a ti mesmo:
- Estou ficando neurótico!
Então a torpe mentira será a tua força e consolo
Será a base forte de tua dedicação e fidelidade
Para com aquela que retribui a todo teu esmero
Com um frio e tosco 'talvez'.

Dás de tudo do que amas
a quem amas com segurança,
Sob um teto de um amor
edificado sobre a areia
E viverás suspirando
em teus naturais poemas
A troco de cartões secos,
espelhos, lantejoulas
Frases feitas digitadas a seco
Por uma máquina sem coração
que apenas dirá no impresso:
- "TE ADORO... TOLO!"