Tabasco e lavanda
De: Henrique Musashi
Sempre lembrarei de minhas flores
em cada canto coincidente
um fragrância, uma cor
um toque de celular que me fazia rir
e hoje me faz tão triste
em cada mesa que eu servir e elas não estarão lá.
Não ouvirei mais chorinhos do bebê amado
não a ouvirei a risada soluçada
nem mãos atrapalhadas
as atitudes zangadas
e nem o gato bobo na janela
Agora resta um silêncio em meu sorriso
a lembrança dar cor dos olhos delas
e uma dor tão magoada
patrona de meus pesadelos
o vento frio no rosto
e a chuva que persiste em meus olhos
Não mandarei recados
não darei notícias
pois eu sei que minha vida não mais interessa
a não ser a mim mesmo
Ficarei bem longe
não perguntarei por ninguém
saberei que estarão bem agora
longe de mim
do meu canto não magoou
e com o tempo serei esquecimento
enquanto elas sempre serão a lembrança dentro de mim
Pensando nelas rezarei meus mantras
em silêncio
e lamentarei por muito tempo
o quanto fui o devoto que virou da bota o excremento
e assim caminharei como o monge
em todo meu tomento
carregando um chaga vazia em meu pensamento
Agora nada importa se não existe regresso
serei apenas conhecido um dia
como o mal sucedido ateu
mas agora nada importa ao ser vazio
pois tudo de melhor de mim foi consumido
na hora que senti o mais agudo
adeus!
Não existiu perdão, não existiu milagre
não existiu a fé no tempo
que eu aguardaria o tempo que fosse
onde o sofrimento fortalesse o caráter
onde beijos passaram a fazer falta e parte do meus planos
onde tudo seria melhor, se existisse amor... Se existisse!
Mas o normal na guerra são corações quebrados e orgulho inteiro
E todas essa humana ridícula besteira de agradar o lado mais forte
que machuca neste mundo teatro seus atores
imperfeitos brincando de ter razão...
e mais uma vez sagrou o meu coração
Somos todos atores
Eu sou apenas aquele que faz o papel de adubo e areia,
mas não importa onde eu esteja ou como esteja
vocês sempre serão minhas flores.
- A mais irônica verdade, posso dizer agora, mesmo sem volta,
sempre amei, mesmo na dor... Minhas flores!